Aqueles dois mal se viam nos últimos tempos. A pressa, os gênios... humores que se afastam, interrompiam-se com frequência azedados. Mas num doce encontro de maio, era sábado, combinados estavam naquele jardim. Eles trocavam notícias, falavam em saudade e iam catando as frutas do pé. Eram muitos, de diferentes tamanhos, uns maduros, outros prematuros... Um deles, ao ser puxado do galho, caiu maxucado, revelando os curiosos gomos. O menino instigado começou a descascar o resto daquele fruto híbrido, ávido pelo seu secreto sumo, enquanto ia conjecturando...
– Já pensou se tiver nascido uma mexerica nesse pé de limão?
Desfeita a casca, em gomos, revelava-se segundos depois...
– É, é limão! Respondia a si mesmo com leve careta, dessas que se desembolam pelo contato do paladar com o acredoce da fruta.
– Esse limão é bom – apregoara-lhe o outro – , não pode deixar perder esse limão, não.
E neste contato cítrico selavam a paz.
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