Esses dias ouvi qualquer coisa sobre todo mundo ser poeta/escritor nessa ~ contemporaneidade ~ e que nós brasileiros lemos pouco [pausa].
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Escrever implica em alguma responsabilidade? Algum compromisso com a verdade?
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Sigo com a escrita como tentativa de sobrevivência. A vida sufoca! e escrever me ajuda a transpirar.
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Tem uma coisa em especial que tem me angustiado... E encontrei ressonância do que sinto num texto da Eliane Brum, que ao falar sobre a boçalidade do mal, alerta-nos para a relação que nos últimos tempos temos tido com o saber e, consequentemente, com o não saber:
"E quando me refiro à ignorância, me refiro também a declarações de não saber
e de não querer saber e de achar que não precisa saber."
Insistamos: saber!
Há muito ódio na rua e esse ódio também é meu. A irracionalidade dos outros reflete na minha própria limitação de pensar. Reconheço-me a certo grau em cada injustiça feita, em cada desrespeito proclamado e com os casos de intolerância também. Reconheço porque sei que também sou passível de tudo isso... Mas me parece que alguns insistem que o inferno são os outros, num viés bem literal...
Ainda bem que Foucault, em Prefácio (Anti-Édipo), aponta aquele fascismo reticente "que está em todos nós, que persegue nossos espíritos e nossas condutas cotidianas, o fascismo que nos faz amar o poder, desejar essa coisa que nos domina e nos explora". Parece difícil reconhecê-lo em nós mesmos, mas ao mesmo tempo me parece essencial perceber essa fagulha justamente para não abrasá-la.
A luta para não reproduzir a lógica opressora é diária e acredito que o pensamento e a crítica são importantes aliados nesse levante.
Há muito ódio na rua e esse ódio também é meu. A irracionalidade dos outros reflete na minha própria limitação de pensar. Reconheço-me a certo grau em cada injustiça feita, em cada desrespeito proclamado e com os casos de intolerância também. Reconheço porque sei que também sou passível de tudo isso... Mas me parece que alguns insistem que o inferno são os outros, num viés bem literal...
Ainda bem que Foucault, em Prefácio (Anti-Édipo), aponta aquele fascismo reticente "que está em todos nós, que persegue nossos espíritos e nossas condutas cotidianas, o fascismo que nos faz amar o poder, desejar essa coisa que nos domina e nos explora". Parece difícil reconhecê-lo em nós mesmos, mas ao mesmo tempo me parece essencial perceber essa fagulha justamente para não abrasá-la.
A luta para não reproduzir a lógica opressora é diária e acredito que o pensamento e a crítica são importantes aliados nesse levante.
Poder Saber ~ Poder Pensar ~ Poder Escrever
Esmiucemos!
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É legítimo não querer saber? E escrever? E sambar, é importante?
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E se alguém perguntar por aí, diz que
o meu desejo é buscar a intimidade com as palavras.
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