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Voos noturnos

                                                                                               quase um sonho de infância!            



 Eu tenho tentado me conectar com o menino que sempre fui. Adolescer, crescer, viver... Tudo isso deseduca  muito o homem. Bom mesmo é ser criança. Fernando Sabino bem dizia,

“Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam:
 o que você quer ser quando crescer?
 Hoje não perguntam mais. Se perguntassem,
 eu diria que quero ser menino.”

 Esses não tão velhos tempos me inspiram pra burro! Não arriscaria dizer inocência, mas talvez a falta de senso e juízo, a meninice e aquela alegria graciosa me deixam estarrecido. A infância transpira liberdade e isso me causa fascínio e constrangimento. São os primeiros contatos com o Mundo, com a natureza da Terra e dos homens. A vida é uma novidade e daí o motivo de tanta curiosidade. Porque, pra quê, como, onde, quem e quando invadem nossas cabeças!
 É engraçado não saber ser aquilo que já se foi um dia. No entanto, eu investigo. A literatura tem me ajudado muito nessa tarefa, nos últimos meses eu tenho preferido passar o tempo lendo livros juvenis. Começou em janeiro com Através do Espelho, de Jostein Gaarder, em seguida vieram as ignorãças de Manoel de Barros, Bartolomeu Campos de Queirós com seu Tempo de Voo e, como não podia faltar, Monteiro Lobato e a intrépida turma do Sítio em Reinações de Narizinho.



 A sensação é tão boa. Eu entro em contato com todas essas estórias e versos... Meu coração fica tocado e reacende cenas delicadas em minha memória. Cores, sabores e odores. É a minha infância pintada de amarelo com gosto de manga madura recém caída do pé. Vento levando a gangorra... Trazendo aguçada imaginação!
 Medos e pesadelos também compuseram a minha infância. Eu não podia ouvir estórias de terror, tão pouco assistir esse tipo de filme. Era necessária uma cena para gerar um suspense a noite inteira: não pregava os olhos. Se impressionado com alguma cena de terror, vigiava para não me deparar com a figura assombrada acordado e tão pouco dormia para não encontrá-la durante o sono.
 Eu tinha inúmeros amigos imaginários e criava no terreiro de casa a minha própria Wonder Land! Acredito que todo o meu contato com o Teatro e a Escrita venham desses jogos infantis. Eu estou nesse retorno eterno. Esses dias mesmo eu escrevi em meu twitter que a transformação pode ser com retornos... Talvez seja mesmo. Muitas coisas estão em trânsito, partindo e chegando.
 O movimento da Terra transforma a minha subjetividade com a sua constante circulação. Eu não serei mais criança, tão pouco adolescente... Sou jovem e sabe-se lá por quanto tempo isso dura. Mas essa passagem pouco tem a ver com a infância, ela permanecerá sempre viva aqui dentro. A infância será sempre vibrante e ainda emanará muita energia, garantindo-me essa vivacidade tenaz.
 Amém.

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